sexta-feira, 27 de março de 2009

NO MELHOR PANO CAI A NÓDOA

Carlos Dias da Silva
Como noutro tipo de coisas, não gosto de gato por lebre. Não aceito pagar caro e ser mal servido. Aliás, ninguém gosta de ser mal servido, quanto mais quando pagamos caro.
O sacrifício para escolher alguma coisa que tem rótulo luxo ou 5 estrelas faz-nos exigir.
Quando não há estrelas, nada a fazer. E aqui, não vale a pena reclamar. Apenas contar aos amigos, deixar o aviso à navegação.
Vem isto a propósito de uma ida a Coimbra e de uma noite na Quinta das Lágrimas. Eu sei, são 4 estrelas, não são 5. A diferença sente-se.

Chegámos. Na recepção poucos sorrisos. No quarto a televisão não funciona. Reclama-se. Duas horas depois tudo na mesma. Impensável. Ao segundo pedido, vem então uma televisão pequenina, daquelas portáteis que se usavam noutros tempos na cozinha. Inacreditável.

Depois, vem o pior. Para ir ao ginásio, tem de se passar pela zona de eventos, onde estão senhores de fato e gravata da Essilor, que fazia ali um evento, passa gente de roupão, chinelos ou equipada para uma sessão de treino. Entra-se na zona da piscina coberta, ninguém recebe ninguém. No chão está um montão de toalhas usadas. Feio. Mais: no chão há loiça de alguém que tomou chá ou café. Inacreditável.

Num momento de crise, num espaço tão bonito e nobre como o da Quinta das Lágrimas, o serviço é uma coisa que não podia faltar. As estrelas Michelin do restaurante Arcadas, a história do local, a boa decoração cai bem, mas se não há atendimento, simpatia, disponibilidade, tudo parece ilógico.

Tenho dúvidas de que José Miguel Júdice saiba disto. Tenho a certeza de que ficará triste se souber, mas como lhe reconheço qualidades, escrevo para que preserve e defenda o que é seu para que se possa sempre orgulhar.

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