Não contando com os espectadores que viram o jogo através da televisão, estiveram no ECC cerca de 2 200 "almas" a assistir a um espectáculo futebolístico triste, sem alma, sem ambição, sem liderança, enfim, desolador para quem afirmou à entrada deste campeonato que queria fazer igual ou melhor do que na época passada. A equipa da Académica que eu vi neste jogo, foi de um amadorismo preocupante. Não consigo perceber como é que jogadores que já se conhecem há tanto tempo e que já jogaram tantos jogos juntos, conseguem ter uma prestação como esta. Hoje, ainda cheguei a pensar se a Académica tinha contratado o "melhor preparador físico do mundo", aquele que esteve no Benfica na última temporada, tal era a quantidade de jogadores a caírem, com nítida falta de força, ou excesso de preparação (?), originando com tudo isto lesões preocupantes e até mesmo graves.
Outro pormenor muito importante que tive a oportunidade de verificar, foi a falta de lucidez táctica e ambição que o nosso treinador demonstrou. Digo isto face ao que pude ver no campo, com variadíssimos atletas nossos a interrogarem-se e a "discutirem" sobre quem é que devia ocupar determinado espaço ou quem é que deveria ficar quando o outro sobe, etc, etc. Uma vergonha!
Este jogo atípico e esquisito, acabou por premiar a Académica que depois de um começo muito promissor, não conseguiu aguentar um Paços mais acutilante e muito melhor fisicamente. Nas palavras do técnico Rogério Gonçalves, é realçado o papel do guarda-redes Cássio que, por duas ou três vezes negou o golo à Académica mas, se isto é verdade, também o é o facto de a maior parte do jogo a Académica ter defendido com onze homens atrás da linha da bola e durante largo tempo do encontro, sofremos inúmeros pontapés de canto, que não deram em golo, por manifesta azelhice dos adversários.
Com prestações deste calibre, não estou a ver onde é que possamos amealhar pontos. Neste jogo, era imperioso ganhar e não o conseguimos. A este propósito, deixo-vos aqui as declarações do RG antes desta partida " ... a recepção ao Paços de Ferreira, na 2.ª jornada deve ser encarada com respeito, mas simultaneamente com a ambição própria de vencer em casa. O jogo com o Sporting de Braga já pertence ao passado. Temos pela frente outro jogo que temos de encarar com o máximo respeito. Quero uma Académica que faça um jogo agradável, dinâmico, sem temer o nome do adversário. Jogamos sempre para ganhar, afirmou."
Pergunto se é assim que se joga para ganhar e, já agora, onde é que esteve o dinamismo e a agradabilidade.
A finalizar, há que lamentar as lesões ocorridas durante a partida, que condicionaram a equipa mas que não justifica a má prestação que tiveram neste primeiro jogo em casa.