De uma forma geral, no nosso país, a comunicação social é, para muitos dos seus profissionais, uma espécie de “
chapéu de abas largas” onde tudo se pode fazer e dizer, com mais ou menos sensacionalismo, sem sair beliscado e antes protegido. Há quem arrisque dizer que é por essas e por outras que de um momento para o outro, parece que todo o mundo virou jornalista. Existem para todos os gostos. Temos aqueles com licenciatura universitária mas que não sabem distinguir, por exemplo, “
cotas” de “
quotas” e outros com a “
licenciatura” que a vida lhes deu que, além dos constantes “
pontapés na gramática”, ouvir a sua dicção e os seus impropérios é, muitas vezes, um acto de “
coragem” e sacrifício. O melhor exemplo para ilustrar tudo isto, chama-se Luís Carlos Melo e é a voz dos relatos de futebol da Briosa, da Rádio Regional do Centro.
Este senhor, que se diz ser um fervoroso adepto da Académica, continua a demonstrar alguma incapacidade de comunicação para aqueles que costumam ouvir atentamente os relatos de futebol da Briosa. Nada me move contra ou a favor do cidadão LCM mas, o seu comportamento nos directos da RRC, demonstra pouco profissionalismo e…muita paixão pelo microfone e pelas audiências.
O relato do Leixões – Académica deste último Domingo foi, uma vez mais, o exemplo da postura que um profissional da comunicação nunca deve ter. Este senhor, repetidamente e ao longo do relato, afirmou que: “…André Villas Boas está a caminho do norte…” ou “…está a caminho do Minho…” ou, ainda, “…a AVB restam dois jogos à frente da Académica…”, etc, etc. Depois do assédio por que passou o treinador, relativamente ao possível ingresso no Sporting vem este senhor, qual “profeta da verdade absoluta” debitar vitupérios, sem que nada lhe aconteça. Depois, como se não bastasse e face ao volume de jogo e à pressão exercida pelo Leixões no meio-campo da Académica, este pseudo radialista tem mais esta tirada: “A Académica está encurralada no seu meio-campo…”. Bem, esta afirmação é gravíssima. Este senhor devia perceber que em futebol não há equipas “encurraladas”, poderão haver equipas pressionadas pelo seu adversário porque, quem se recolhe em currais, são os outros…animais. Na verdade, substantivar ou adjectivar, não está ao alcance de qualquer um. Seguidamente, a poucos minutos do fim da partida, parecia estar desejoso que aquela a que já chamámos “Síndrome dos Pontos Perdidos” voltasse a “atacar” a Briosa, ou seja, que a Académica voltasse a sofrer golos nos instantes finais e, quem sabe, perder mais pontos. Inqualificável! Quem ouviu, percebeu isso, claramente!
Neste contexto, se é, como dizem, adepto da Académica, será caso para dizer que a Briosa com adeptos deste calibre, não precisa de inimigos pois eles partilham a sua casa. Afinal, relatar um desafio de futebol, não deve ser mais do que dar a conhecer todas as incidências do próprio jogo. E não vale a pena vir refugiar-se no argumento da isenção e do profissionalismo (?) pois esses devem ser os atributos primeiros e imprescindíveis ao bom desempenho de qualquer actividade.
Concretizada que está a manutenção da Briosa, provavelmente, quem precisava de estar “encurralado” e sem ter hipóteses de pegar no microfone para narrar fosse o que fosse, libertando dessa forma os ouvintes, era o senhor Luís C. Melo.
[Dr. Kanelada]
27.04.2010