quinta-feira, 4 de junho de 2009

TODOS OS ANOS É ASSIM

A época futebolística acabou. Com ela, acabaram as alegrias e os desalentos. Todos os anos é assim. Às alegrias de quem ganha, contrapõem-se a tristeza e a desolação daqueles que acabaram por perder. Chegou ao fim, também, mais uma época de tricas, coscuvilhices, agressões verbais, desconfianças, etc, etc. No nosso futebol, para muitos adeptos, dirigentes e jornalistas, só faz sentido acompanhá-lo se houver polémica e desconfiança. Neste futebol para consumo interno, se não houver uma crítica feroz ao clube rival ou um comentário nada abonatório ao árbitro - porque não sancionou uma qualquer falta grave ou não expulsou um determinado jogador da equipa adversária - parece que é uma anormalidade. Há décadas que os nossos mais altos dirigentes, mandatários, mercenários e afins, se preocupam em “educar” o amante do futebol.
Para estes senhores (que nunca sabem de nada) há que manter os adeptos “ocupados”, dando-lhes discursos bombásticos e criticas mordazes, para assim se poder levar a cabo algumas práticas menos próprias e pouco claras, com benefícios repartidos. Afinal, o que foi o “Apito Dourado” ou o “Apito Final”? Por que é que todos os anos se cria uma “guerra” em torno da classificação dos árbitros? Por que é que o mais alto dirigente da Liga admite abandonar o cargo para continuar a sua carreira política? Enfim, as respostas a estas questões, só poderão ser dadas por aqueles que, sabendo, não as querem dar.

Mesmo a saber que tudo isto “gravita” à nossa volta, não deixamos de ir ao estádio para apreciar um encontro de futebol e formular opinião, mais ou menos crítica, acerca de toda a envolvência que o jogo desperta. O exemplo disso está reflectido nos comentários e análises que todos nós fizemos, relativamente aos jogos que a nossa Briosa brilhantemente disputou.

Habituados todos os anos ás “altas pressões” face ao espectro da descida de divisão, este ano ficámos “aliviados” a tempo e horas. Desta vez e, ao fim de cerca de vinte e cinco anos, a Briosa conseguiu atingir um honroso sétimo lugar, deixando para trás alguns clubes ditos de nomeada. Quem vaticinasse este desiderato no início do campeonato, seria apelidado, com toda a certeza, de doido varrido. Mas, como não somos doidos nem maluquinhos, apenas apostámos na “viciante” manutenção e, ganhámos. Ganhámos nós e todos os amantes da Académica. Podemos dizer, inclusive, que o futebol em geral também ganhou porque tivemos uma Briosa atrevida e a praticar bom futebol.

È evidente que, para que tudo isto acontecesse, muito contribuiu o trabalho de uma vasta equipa, liderada por um homem verdadeiramente profissional. Construir uma equipa à sua imagem, quer do ponto de vista mental, táctico e físico, não foi certamente uma tarefa nada fácil. Estes preceitos, indispensáveis ao bom e regular funcionamento de uma equipa, quando são bem interpretados pelos diferentes atletas acabam, de uma forma geral, por dar bons resultados.
Domingos Paciência, com este trabalho realizado, passou a fazer parte da riquíssima história que esta Instituição tem granjeado ao longo dos anos no panorama do futebol português. Domingos Paciência, não foi mais um treinador que passou pela Briosa. Este Senhor soube-se sempre colocar à altura das circunstâncias.
Mesmo quando as adversidades e discordâncias o deixavam com pouca margem de actuação, demonstrou até ao último dia uma atitude e uma postura de correcção e respeito, só à altura dos notáveis. Dificilmente se encontra alguém assim, no meio futebolístico nacional.
Foi bom! Muito bom!
Obrigado.

[Dr. Kanelada]
04.06.09

1 comentário:

  1. Caro Dr. Kanelada:
    Os meus parabéns, mais uma vez, pela sua análise relativamente à última época da nossa Briosa.
    Sem dúvida nenhuma que concordo em pleno com tudo o que escreve e deixe-me reiterar, conforme aqui escrevi, várias vezes, o profissionalismo do Domingos com toda a sua equipa técnica e acolitado pelos exemplares jogadores que entenderam tudo o que lhes foi incutido e puseram em campo todo o trabalho feito semamna a semana.
    Quanto aos fait-divers que acompanham todos os anos o futebol português, eles não deixarão de existir e ainda antes da nova época começar, iremos assistir a mais problemas, como é apanágio neste país.
    E faço só uma pergunta: como se vai resolver o problema dos da Reboleira, não podendo inscrever jogadores, e tendo a equipa do ano passado rescindido os contratos?
    Vamos ter mais uma luta de secretaria para saber quem sobe, quem desce, quem tem razão, quem não tem razão, que ganha na secretaria, quem perde na secretaria, etc, etc, etc....
    Os "Apito", sejam eles quais forem não resolvem coisa nenhuma, porque os dados estão viciados.
    Os únicos, os verdadeiros eram os de barro que se vendiam no Espírito Santo, mas nem este já é o mesmo!
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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