quarta-feira, 31 de março de 2010

VANDINHO JOGOU COM GESSO NA MÃO


Braçadeira caiu pela equipa

Domingos Paciência não foi claro quando instado a explicar o porquê de, em Coimbra, na 16ª jornada, Vandinho ter jogado pela primeira vez sem braçadeira de capitão. "Assuntos internos", disse o treinador. Desde então, o médio brasileiro não voltou a capitanear a equipa e várias foram as teorias para explicar os assuntos internos a que o técnico aludiu. Falou-se em problemas disciplinares, especulou-se que teria a ver com o processo em curso na Comissão Disciplinar, que haveria de resultar em três meses de suspensão, e entre os boatos mais despropositados chegou a ouvir-se que teria sido um controlo antidoping interno positivo. Nada mais falso. Tão falso que o próprio chegou a ficar incomodado e desejou que a SAD contasse toda a verdade. Vandinho perdeu a braçadeira apenas para poder ajudar a equipa e continuar a jogar. Parece estranho? Claro que sim. Mas foi isso que aconteceu. E Domingos não mentiu.

A história tem contornos sui generis. Vandinho sofreu na segunda semana de Janeiro uma fractura na mão direita. A cicatrização da lesão obrigava ao uso de gesso para que o processo não demorasse uma eternidade. Mas jogar com gesso é proibido, pois pode colocar em causa a integridade física dos adversários. A única solução era esconder o gesso, o que nem é difícil com recurso a ligaduras, camisolas de manga muito comprida ou luvas, que atendendo ao mês em causa foi a solução mais vezes utilizada. O problema é que o capitão tem de cumprimentar o árbitro e nesse gesto Vandinho estaria a denunciar-se. Ao retirar-lhe a braçadeira, Domingos garantiu que nada seria descoberto e que o jogador poderia continuar a ajudar a equipa. Caso contrário, teria perdido quatro jogos que o Braga venceu: Académica, Sporting, Marítimo e Freamunde, este último para a Taça de Portugal. No plantel, todos sabiam os reais motivos da troca de capitão, até porque nos treinos Vandinho não escondia a mão de ninguém e abdicava de participar em exercícios que obrigassem ao seu uso.

Refira-se que o médio poderia alinhar com a mão protegida com outro tipo de tala ou protecção. Mas aí seria a sua integridade a ficar em perigo e esse era o cenário mais indesejado. Para disfarçar melhor, o jogador chegou a ligar também a mão esquerda, para parecer uma protecção casual a ambos os membros e não qualquer tipo de estratégia.
Toda esta história rocambolesca não é mais do que outro sinal inequívoco da importância fulcral que o jogador tem na manobra da equipa e da falta que faz, agora que a Comissão Disciplinar da Liga o suspendeu e o Conselho de Justiça não o despenalizou. Aliás, no balneário o seu peso também se sente, ao ponto de mesmo castigado ter sido considerado intransferível por António Salvador.

O Jogo
AM

1 comentário:

  1. Caros Krommus:
    Sendo isto verdade e tendo a Académica conhecimento do facto, qual a razão para não se protestar o jogo?
    Temos de deixar der ser "amigos" de toda a gente e comerem-nos por papalvos.
    Não se esqueçam nunca do caso N'Dinga!
    Convém ter isto sempre em mente, pois passámos um calvário de dez anos.
    Não se esqueçam que os "pastéis" há dois anos consecutivos que se mantêm na Liga Sagres através da secretaria.
    Olhos bem abertos e que se faça justiça.
    Os "andrades" vão de certeza reagir a esta situação, pois está em jogo uma ida à Liga dos Campeões.
    Aproveitemos as oportunidades, com verdade desportiva.
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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