segunda-feira, 1 de março de 2010

E O ABISMO ALI TÃO PERTO


HINO À MENTIRA

No meio deste imenso pântano não há uma alma caridosa que diga aos indígenas que esta miséria veio mesmo para ficar.

... ...

Os salários vão baixar, as reformas ficarão ainda mais miseráveis, o desemprego não vai parar de crescer, a economia continuará a rastejar e o endividamento das empresas, das famílias e do Estado atingirá níveis que nem os mais pessimistas conseguiram adivinhar. No meio desta imensa desgraça, com muitos consensos e discursos patrióticos cheios de mentiras, não há uma alma caridosa que explique aos indígenas que esta miséria, que nem chega a ser franciscana, veio mesmo para ficar. No meio deste imenso pântano económico, social e político não há uma alma caridosa que explique aos indígenas algumas coisas simples sobre as suas vidas nos anos que aí vêm. Vão ficar mais pobres e nem de TGV conseguirão atingir os níveis de vida europeus. Antes eram pobretes mas alegretes. No futuro serão ainda mais pobretes e só os parvos continuarão alegretes.

Texto publicado hoje no CM.

1 comentário:

  1. caros Krommus:
    Continuamos a ser um povo sereno!
    E como tal a ser "comidos" como papalvos.
    Por outro lado SÓ vemos o nosso umbigo e não existe uma capacidade para parar este País com uma greve geral que alertasse esta sociedade de políticos que nos tem governado, durante 3o e tal anos.
    Somos um País pobre? Concordo que sim, mas isso não implica que se esteja a viver (viver?), ou melhor, a vegetar perante uma passividade incomodativa.
    Que vamos deixar aos nossos filhos e netos?
    Uma herança que nos devemos envergonhar.
    Mudou-se um regime totalitarista e hitleriano para vivermos uma democracia que só teve o seu estado de graça nos primeiros anos onde se conquistaram coisas que se nos vão escapando por entre os dedos como areia.
    Se a nossa geração está mal, como vai ser com as vindouras?
    Tenho tristeza de ver tudo como está e vai estar num futuro próximo.
    Vamos entrar num processo de emigração e fazer nos outros países o que eles não querem fazer, começar a viver novamente em "bidonvilles", vir à santa terrinha nas férias?
    Isto é um retrocesso em toda uma História riquíssima deste País, mas a classe política prefere que seja assim.
    Abramos os olhos e cuidemos do futuro dos que nos são tão queridos.
    De braços caídos é que não!
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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