sexta-feira, 23 de abril de 2010

INTOXICAÇÃO JORNALÍSTICA

Há factos que nunca devemos deixar passar em claro. O artigo de opinião sobre o jogo AAC – SLB que a ex-jornalista Leonor Pinhão (é verdade, desde 1996) escreveu no jornal “A Bola” de 22.04.2010, só pode ser entendido como algo que pretende branquear o que se passou no campo. Diz este vulto do jornalismo português que: “Em Coimbra, Benfica teve de se haver com arbitragem à antiga portuguesa…”. Para quem não viu o jogo no campo, esta afirmação pode levar o mais incauto leitor a deduzir que o Benfica foi escandalosamente, e mais uma vez, “roubado” pelo árbitro. Assim, sem tirar nem pôr! Mas, como o que se lê, normalmente escrito por fanáticos desmedidos e com visão afunilada, não corresponde à verdade dos factos, somos “obrigados” a recuar no tempo e ir à procura das tais propaladas “arbitragens à antiga portuguesa”, quanto mais não seja para podermos ter um termo de comparação. Sem ser preciso recuar muito no tempo e porque o rol de erros de arbitragem a favor dos encarnados é equiparado ao grau de grandeza do próprio clube, basta-nos fazer lembrar a final da Taça da Liga entre Sporting e Benfica, com o Sr. Lucílio Baptista e o seu penalti imaginário; o Braga - Benfica com o Sr. Paulo Baptista em Janeiro de 2009; o Nacional – Benfica com o Sr. Olegário Benquerença já em 2010; e já agora, recuando um bocadinho mais no tempo, lembrar um Académica – Benfica com o Sr. Paulo Paraty, em que o Nuno Gomes marcou o golo da vitória precedido de um fora-de-jogo. Chegam estes? Já agora, todos estes “senhores do apito” poderão rimar com quê? Ficará ao critério de cada analista, procurar a melhor rima para cada um dos intervenientes, na certeza porém de que rimará sempre com favorecimento ilícito. Com tantos erros de arbitragem acumulados seria uma vergonha esta equipa não ser campeã.
Entretanto, lamenta-se que a prática habitual do jornal onde escreve e onde tudo que incomode ou perturbe a acção benfiquista, tenha que ser rapidamente abatido. Daí, não se vislumbrar no extenso artigo, qualquer referência aos casos do jogo que prejudicaram a Académica. Assim, onde está a alusão à merecida expulsão de Maxi Pereira? Onde estão as referências às faltas que o Éder sofreu dentro da área benfiquista? Nem uma letra! Isso não interessa!
Sem mágoas, invejas ou rimas, seria bom que, os articulistas de um jornal com responsabilidades sociais e culturais neste país, tivessem o bom senso de, com os seus artigos de opinião, poder contribuir para a descoberta da verdade e não alimentar a fogueira da mentira. Intoxicação jornalística, não obrigado! O que está em causa em artigos como este é muito mais importante do que a colaboração em qualquer história romanceada de amor e ódio.
Nem o facto de se ser agraciado por uma qualquer ordem honorífica, no tempo em que o actual director de comunicação do Benfica era assessor de imprensa do Dr. Jorge Sampaio, pode servir para exprimir tudo o que nos vai na alma.
Teremos sempre toda a liberdade de nos expressarmos mas, há que distinguir sempre duas coisas…o mérito e a justiça. Vencer com mérito porque jogou bem, sim. Vencer com “justiça” porque houve influência do árbitro, não. Nesta época, é caso para dizer que o circo foi montado e…bem montado.
Para quem não quer esconder a verdade atrás do fabrico de uma outra opinião, será aconselhável a alguns jornalistas e ex-jornalistas, lerem o livro Opinion Makers de David W. Moore, tem 196 páginas, ou seja, tem mais 70 do que o prospecto do Empréstimo Obrigacionista do Benfica, mas é muito mais interessante.

Termino com as palavras sábias de Leonor Pinhão que encontrei no Correio da Manhã de 17.04.2010 quando diz: “ O futebol é feito destas memórias, não há nada a fazer. E assim nos vamos entretendo.”

[Dr. Kanelada]
23.04.2010


1 comentário:

  1. Caros Krommus:
    Tem razão esta jornaleira.
    O titulo que aqui se apresenta é verdadeiro!
    Realmente é isto mesmo: voltámos ao antigamente em que os "índios" eram mais que protegidos pelos apitadores, tal como no passado domingo em que uma vez mais foram beneficiados por um apaniguado do Ali-Bábá.
    Ninguém fala nessas faltas sobre o Éder, porque isso iria adulterar um vitória "inquestionável".
    Desejo e defendo que a Imprensa seja livre, mas que seja isenta, a fim de que não deturpem a verdade.
    Não temos, felizmente, censura, mas aparecem-nos estes ditos escribas, adulterando a verdade de informação.
    Pior a censura ou este tipo de jornalismo?
    Terá, porventura, esta fulana ter assistido ao encontro ou só viu os pequenos resumos que nos impingem?
    Seu pai, esse sim, um jornalista, provavelmente, dará voltas na tumba ao saber o que a filha escreve sem isenção nenhuma, num jornal que pugnou, em tempos idos por alguma deontologia, que agora não existe.
    Como é possível ter uma página por sua conta e risco, a debitar o que lhe apetece sem escrúpulos nenhuns, nem respeito por leitores com outras tendências clubísticas.
    Eu que fui em indefectível leitos deste jornal, não lhe pego: li Cândido de Oliveira, Carlos Pinhão, Vitor Santos, etc, etc, e aprendi alguma coisa com esses senhores do Jornalismo.
    Agora isto é um verdadeiro atropelo à inteligência das pessoas.
    Devia ser-lhe tirada a carteira profissional, se é que a tem ou foi um legado de seu Pai a entrada nesse jornal.
    Há um MST de um lado e esta "dama" de outro.
    Basta de tanta porcaria e tanta mentira!
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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