terça-feira, 14 de julho de 2009

OPTIMISMO

Numa pequena vila e estância de veraneio na costa sul da França chove e nada de especial acontece. A crise sente-se. Toda a gente deve a toda a gente.

Subitamente, um rico turista russo entra no foyer do pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100€ sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º. andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se não lhe agradar.

O dono do hotel pega na nota de 100€ e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100€; o talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100€ que devia há algum tempo; este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este por sua vez corre a entregar os 100€ a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100€ e corre ao hotel a quem devia 100€ pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes.

Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100€. Recebe o dinheiro e sai.

Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido. Contudo, todos liquidaram as suas dívidas e estes elementos da pequena vila costeira encaram agora com optimismo o futuro.

O que me ocorre dizer acerca desta pequena história é que ela nunca poderia ter ocorrido em Portugal.

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