domingo, 26 de julho de 2009

O TEMPO

O tempo não só cura, mas também reconcilia.
Victor Hugo

As feridas da alma são as mais difíceis de sarar. Provavelmente, já todos nós passámos por uma ou outra situação ao longo da nossa vida, em que sentimos essa dor de alma, que só o tempo soube cicatrizar mas não apagar.
Vem isto a propósito da última assembleia-geral de sócios da AAC-OAF, na qual se verificou uma perfeita harmonia entre a direcção, associados presentes e o responsável pela condução dos trabalhos.
Quem como eu, assistiu a muitas assembleias-gerais que mais pareciam o desenrolar de um novelo de acusações mútuas (muitas delas pertinentes e outras apenas pura mesquinhez) entre a anterior e a actual direcção e compara com esta última, interrogar-se-á sobre o que terá mudado e/ou acontecido para que a postura de alguns, anteriormente aplicada, se tenha alterado como da noite para o dia.
Na verdade e, após ter lido, quer na imprensa escrita quer no meio bloguístico aquilo que se passou na referida assembleia, fiquei algo surpreso mas ao mesmo tempo satisfeito, por verificar que os argumentos anteriormente utilizados pelas partes em questão (direcção e associados), deram lugar ao estreitamento de ideias e convergência de opiniões e soluções. No entanto, a surpresa tornou-se ainda maior quando um ex-vice presidente usou da palavra para dar os parabéns à vertente futebolística, pela brilhante época realizada e assim ter alcançado o sétimo lugar, como também endereçar os parabéns ao próprio presidente da direcção, seu antigo “alvo” preferido, pela mudança de política nas contratações de jogadores. Decorria assim, de surpresa em surpresa a mais pacata das assembleias quando o ex-presidente também resolve usar da palavra para questionar a direcção. Aqui, os associados, interrogaram-se sobre que questão ou questões iria o orador levantar, deixando no ar a possibilidade de poder sair algum ataque verbal menos apropriado. Mas, depressa ficou desfeita qualquer dúvida ou incerteza. A questão prendia-se tão só (mas muito importante), com a preocupação de saber o que é que esta direcção pensava fazer, face à degradação contínua da antiga sede da Briosa.
Após esta intervenção, certamente que houve por parte de alguns acérrimos seguidores e apoiantes desta direcção, algumas cogitações de espanto, admiração e não só, que muito provavelmente só as “moscas” conseguiriam ouvir. Ainda a este propósito, houve quem encontrasse um paralelismo entre esta atitude dos ex. dirigentes e o célebre (?) programa de televisão “Perdoa-me”! Não vou tão longe mas, que pareceu, lá isso pareceu.
Este “desfile” não terminaria sem que o habitual ex-conselheiro fiscal questionasse a direcção sobre algumas rubricas inscritas no Orçamento e um outro ex-vice presidente voltasse a elogiar e a endereçar os parabéns à direcção pelos resultados desportivos alcançados e ao mesmo tempo questionar a mesma sobre o problema relativo ao atleta Garcês.
Por estranho que possa parecer, pois anteriormente muitas das questões colocadas não eram alvo de qualquer explicação, tanto o presidente da AG como o vice para a área financeira e até o próprio presidente da direcção, responderam a todas as questões, sem recorrer a manobras dilatórias.
Relativamente ao Orçamento propriamente dito, há a destacar o total dos custos que se situa nos 5.026 milhões de euros, enquanto se prevê um total de proveitos de 5.517 milhões de euros, pelo que o resultado é positivo em 491.000 euros. Destaque ainda para os 3.647 milhões de euros que vão ser gastos com o futebol profissional, o que originou um decréscimo em cerca de cinco por cento, relativamente à época passada.
Como notas finais, quero destacar a forma elevada como decorreram os trabalhos da AG, realçando a postura e o discurso dos intervenientes que irão, certamente, continuar atentos à gestão da actual direcção e lembrar ao actual corpo directivo desta mui nobre Instituição que os Estatutos são para serem cumpridos uma vez que são eles que dão personalidade à entidade.

[Dr. Kanelada]
26.07.09

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