quinta-feira, 9 de junho de 2011

O VILÃO QUE SE TORNOU HERÓI


Depois de terminado todo o frenesim em volta do processo eleitoral, há que respeitar a vontade dos sócios da Académica que puderam votar nestas eleições. Essa “maioria” deu uma clara vitória à lista A. Parabéns para todos eles, menos p’ra um. No entanto, e sem querer estar a rebuscar falsos argumentos ou pseudo desculpas, não nos podemos esquecer das situações menos claras e éticas que foram surgindo ao longo de todo este périplo eleitoral. As dificuldades que foram sistematicamente criadas pelo agora ex-presidente da AG foram de uma falta de nível enorme e que em nada condiz com o nome que ostenta. Ficou claro, mais uma vez, e sem surpresa para ninguém que quem detém e controla o poder, tem ao seu dispor todos os mecanismos necessários para alcançar os objectivos desejados. Dizem-nos que sempre foi assim e que de nada valerá encetar uma luta contra esta forma de agir! Dizem-nos, ainda, que se no comando de tamanha “nau”, tivermos alguém tendencialmente “maquiavélico”, então o problema é incomensuravelmente maior do que todos possam pensar. Posta a questão desta maneira, parece que a única forma de algum académico poder vir a almejar a direcção da Académica, é deixar que quem lá está “caia de maduro”. Não! A isso chama-se, entre outras coisas, resignação. Perder umas eleições, mesmo com um défice democrático enorme, não pode significar abandono. O movimento criado à volta do grupo Mais Académica terá, forçosamente, que demonstrar a todos os académicos repito, a todos, que é possível inverter este rumo que se antevê negro e sombrio. Aqui, mesmo em estado de crise, não existe valor material algum que possa comprar os nossos corações e/ou a nossa memória. Por aqui, nunca poderá haver envelopes timbrados e com inscrições “100x50” ou “30x500”. Não! Por aqui terá de passar a lisura de processos, a transparência, a respeitabilidade e, acima de tudo, a honorabilidade que a Académica nos merece. Além de tudo isto, convirá sempre ter em mente, não vá a memória pregar-nos uma partida, que todos aqueles que voltaram a eleger estes corpos sociais sabiam que na sua composição, existia alguém que após apresentação de um recurso, seria confrontado com um pedido de «…prisão efectiva» por parte do Ministério Público. Esta é uma realidade que jamais poderá ser esquecida e/ou escamoteada!

FESTEJOS

Com o escrutínio terminado e os votos contados, houve lugar aos comentários de ambos os candidatos. Não querendo esmiuçar tudo o que foi dito, apenas se regista o facto de o candidato da lista B ter cumprimentado quem ganhou «…a Lista A e o seu presidente», para depois afirmar, quando questionado se já tinha dado os parabéns a Eduardo Simões, responder «Não o conheço». Esta afirmação, embora possa ser considerada reprovável, entende-se perfeitamente. O candidato da lista B Maló de Abreu, que realizou uma campanha eleitoral pela positiva, foi alvo de calúnias absolutamente infames. Quem quiser fazer uma pequena retrospectiva sobre as afirmações de um e outro candidato, depressa constata, onde morou a malvadez, a calúnia e a intriga.
Quanto ao candidato da lista A agora eleito, há a registar uma frase profundamente lamentável. Quando afirma «…há duas pessoas inequivocamente derrotadas por uma tentativa de assalto ao poder na Académica com objectivos pessoais, políticos ou partidários…» está a caluniar de forma gratuita essas mesmas pessoas, esquecendo-se que com estas tomadas de posição arrasta, mais uma vez, o nome da Académica para a lama. Afinal, quando se esperava um discurso motivador e aglutinador em torno daqueles que gostam da Académica, ouvimos um discurso divisionista, crispado e até digno de um suposto ditador. O exemplo disso está nas afirmações que fez à comunicação social «…tem 48h para apresentar desculpas públicas e publicadas» ou «…tem que se demitir». Para quem tem “às costas” um processo judicial por todos conhecido, estas palavras levam-nos a pensar até onde é que este tipo de postura poderá levar a Académica. Ninguém sabe! Como se isto não bastasse, os festejos de vitória (perfeitamente legítimos) prosseguiram na sua sede de candidatura, com alguns dos seus apoiantes a ostentar um bolo em que se podia ler «J.E.S. 2 MALÓ 0». Inqualificável! Se dúvidas havia quanto à estrutura moral e ética deste candidato e seus apoiantes, elas ficaram completamente desfeitas com este tipo de acções. Afinal, ao olhar de muitos, o suposto vilão, tinha virado herói.

Para os que acreditavam na mudança e digerida que está a terrível “azia” que assolou todos aqueles que convictamente pretendiam uma Académica diferente, resta ficar atento, muito atento ao desenrolar dos acontecimentos e ao cumprimento das promessas anunciadas. Por isso, estamos em crer que já na próxima época se atingirá as competições europeias, e que depois se poderá aspirar à discussão do campeonato e, se tudo isto se confirmar, poderemos assistir também à “fuga dos ratos”, face ao consumado naufrágio. Deste modo, com ou sem impugnação do acto eleitoral, com ou sem providências cautelares, o que todos querem mesmo é que mais tarde ou mais cedo, apareça uma nova Académica, capaz de ter a força aglutinadora suficiente para transmitir às gerações vindouras todos os valores e ideais que em si mesma encerra.

Aqui fica a citação de uma figura da história que viria a ser coroado como imperador de Roma e que define o que ocorreu neste acto eleitoral:
«Normalmente os homens preocupam-se mais com aquilo que não podem ver do que com aquilo que podem», Júlio César.

Viva a Académica!

[Dr. Kanelada]
09.06.2011

5 comentários:

  1. Caros Krommus:
    Esta notícia vem demostrar como vai ser o destino da Académica.
    É triste e demonstrativo o quilate desta gente.
    Não concebo que se tenham atitudes destas.
    E tenho de recordar, novamente, Dr. Paulo Cardoso, Dr. João Moreno, Dr. Almeida e Costa, Dr. Aurélio, Dr. Paulo Cardoso, Dr. Mendes Silva, Eng. Jorge Anginho, Dr. Campos Coroa, enfim, um rol de pessoas que nos orgulharam pela sua postura Académica. HOMENS incapazes de fazer estas tristes figuras.
    Mas a história há-de-se fazer (talvez mais cedo do que alguns pensam!), para voltarmos aos pergaminhos de então.
    Isto nem em qualquer clube de bairro!
    Mas é a forma de estar na vida, deste tipo de pessoas.
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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  2. Duas opiniões e uma sugestão depois destas eleições de má memória, no que a este blogue diz respeito:
    OPINIÔES
    1ºAdmitindo que a história do bolo é verdadeira, embora a considere uma brincadeira, era dispensável.
    2ºO Dr. Maló fez uma campanha sem nunca se referir à vida privada do outro candidato, o que se elogia. Esta postura devia servir de exemplo aos krommus que nada mais fizeram do que falar na situação de arguido do JES. Pelos vistos os sócios não valorizaram tanto essa questão.
    SUGESTÃO
    Com o falecimento dos krommus, proponho que este blogue se passe a designar “MAIS ACADÉMICA”. Este nome é MAIS abrangente e é MAIS representativo da nova equipa.

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  3. Em resposta ao comentário do(a) nosso(a) indefectível briosa(o), quero dizer o seguinte:
    1º Informo mais uma vez que nunca escondi o meu profundo desagrado quanto à conduta do condenado (4 anos e 7 meses) que agora interpôs recurso e não arguido.
    2º A história do bolo é verdadeira e nunca poderá ser considerado como uma brincadeira. O que se passou (acto eleitoral) é sério de mais para se levar a brincar. Ou será que a Académica e tudo o que gira à sua volta não é para levar a sério?
    3º Gostava que me informasse quais os krommus que faleceram, uma vez que não dei por falta de nenhum. Parece que o senhor(a) goza de informação privilegiada. Que eu saiba, estão todos "vivinhos da silva" e felizmente a gozarem de boa saúde.
    4º A postura adoptada pelo Dr. Maló de Abreu, não tem que interferir com a gestão deste blogue. As opções pertencem em exclusivo aos editores deste espaço. Ainda dentro deste âmbito, não julgo que alguém que tenha apoiado um candidato condenado por corrupção, como facilmente se percebe no seu(a) comentário, tenha moral para aconselhar o que quer que seja.
    5º O nome deste blogue irá permanecer até que eu queira, pois fui eu que o criei.
    6º Quanto à abrangência, não se preocupe porque chegada a hora certa, irá perceber que MAIS valia ter votado na ACADÉMICA.
    Abraço aos krommus que estão vivos.

    PS.: Como se referiu ao falecimento dos krommus, será que o "cangalheiro" teve alguma coisa a ver com isto? Espero que não!

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  4. Meus caros Krommus, com "K" claro: Acabo de ler neste instante uns quantos comentários a este post e, qual não é o meu espanto,verifico que um tal de "Atento" - designação que, quanto a mim , muito infeliz para a situação - não teria estado tão atento quando, isso sim, deveria estar, na altura em que lhe tentaram ensinar a escrever a língua de Camões.É mau de mais para que alguem o consiga entender...Depois de um post tão bem escrito !

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  5. Caro Atento
    Sem querer estar a dar uma de CSI (longe de mim, cruzes canhoto) deduzi pelas suas palavras o seguinte:
    1º É do sexo masculino e não feminino (parece-me óbvio);
    2º É amigo do(a) outro(a) comentarista que se identifica como Briosa;
    3º É de facto uma pessoa bastante atenta, basta perceber o quanto está informado acerca de tudo o que se vai passando no seio dos kronmmus. A propósito, já morreu algum? Espero que não!;
    4º Já vi que tem apetência por canudos e por Braga. Pois olhe, eu nem por canudos nem por Braga (leia-se SCB). Este último então, até me dá vómitos.;
    5º Na sua leitura sobre "Visões", não as dos visionários, as outras, há mais duas (pelo menos) de que se esqueceu que são a visão de quem não quer ver, e a dos ceguinhos. É verdade, estes (felizmente) também têm a sua (deles) visão, não acha?;
    6º Quanto ao seu comentário do dia 10/06 ás 08:24, em que o Sr. pergunta qual a obra feita e os projectos do Dr. Maló, quero-lhe responder com uma outra pergunta: Será que a maioria dos eleitores que elegeram aquele que vai ser o Primeiro-Ministro de Portugal, são burros? Então foram todos votar num homem sem qualquer experiência governativa e sem qualquer obra feita obra feita neste país? Sim porque a única experiência política com mais visibilidade, foi adquirida na "jota" e a experiência como gestor, foi, na sua maioria, nas empresas do sogro. Então as pessoas e os projectos que defendem já não contam pr'a nada? Caro "Atento", ao estar a argumentar a falta de obra feita, relativamente ao candidato Maló de Abreu, está implicitamente a defender algo que, muito sinceramente não acredito que defenda e que é a não inclusão de jovens no mercado de trabalho, licenciados ou não, por manifesta falta de experiência e consequente falta de obra feita. Eu talvez perceba o que quer dizer mas não se pode argumentar assim, dessa forma leviana porque o que devemos defender(acho eu, claro) são as pessoas e os seus projectos. Já agora pergunto-lhe: Teve a curiosidade de saber quais os projectos que a Lista B defendia?
    Caro "Atento" não me vou alongar mais. Sempre ao dispor!

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