domingo, 24 de abril de 2011

ANTÓNIO LUZIO VAZ 1941 - 2011

Como é apanágio da cegueira praxista das odes muitos vão ser os defeitos e os feitios, os méritos e os vícios, o legado e as sombras, que se vão escrever sobre o homem que durante três décadas foi o Administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra.
A Academia mais tradicional há-de lembrar o Homem da Casa, o Orfeonista, o Advogado. A outra lembrará antes as centenas de estudantes que financiou semi-clandestinamente e ao arrepio da anémica lei das bolsas, os milhares de euros que conseguiu fazer chegar para a manutenção do património das Repúblicas e o seu desassombro quer na crítica quer no abraço. Depois de ver o serviço que administrava ser estrangulado do ponto de vista financeiro ainda teve a capacidade de mover as influências necessárias para que à frente deste órgão continuasse o homem de esquerda Jorge Gouveia Monteiro. A sua resistência à visão empresarial do ensino superior, a sua solidariedade com as exigências do movimento estudantil (mesmo nos momentos de grande conflituosidade) e a sua eterna paixão pelas Repúblicas de Coimbra vão ser linhas esquecidas das justas manifestações de saudade mas são seguramente três das grandes razões para se prestar a devida vénia na hora da sua despedida. O seu funeral terá lugar na próxima Terça-feira rumo ao cemitério dos Olivais. O corpo ficará em câmara ardente a partir das 17h00 de hoje na Igreja de S. José.

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