sexta-feira, 2 de julho de 2010

O RESCALDO

O que sucedeu com o jogo com a Espanha, já por mim era esperado.
Sou um anti-treinador defensivo e como tal esperava este desenlace mais cedo, que não se deu porque marcámos 7 golos a uma selecção de 3ª. categoria e depois, tal como o Brasil, o empate era o suficiente para ambos passarem aos oitavos de final.
Com esta postura, ultra defensiva, muito dificilmente marcaríamos um golo.
E ao fim e ao cabo em três jogos marcámos ZERO golos.
Quando num jogo a eliminar se joga com quatro centrais (R. Costa, R. Carvalho, B. Alves e Pepe), dois médios defensivos (R. Meireles e Tiago) um ala perdido (S. Sabrosa) numa missão para cobrir qualquer hipotética subida do lateral (F. Coentrão), e depois deixar dois avançados (H. Almeida e C. Ronaldo) cada um de seu lado à espera de sair um “milagre”, não pode marcar nem vencer jogos.
É muito fácil encontrar desculpas e arranjar culpados quando ele é só um.
A sorte também é necessária em qualquer jogo, mas também tem de se procurar.
Nos três primeiros minutos não tocámos na bola vendo os espanhóis jogarem e esperando por eles, que perdessem a bola sem sermos incisivos perante o adversário e procurando impor algum respeito à Espanha. E neste espaço de tempo Eduardo mostrou todo o seu valor.
Deste desastre total, só dois jogadores merecem a camisola que representam: Eduardo (monstruoso) neste jogo em especial mas sempre muito bem nos outros, cotando-se, neste Mundial como um dos melhores guarda-redes do Mundo, e Fábio Coentrão como uma das grandes vedetas do Campeonato e neste momento ombreando como melhor defesa esquerdo deste torneio.
Numa equipa com outra compostura ofensiva, seria um caso sério, dando continuidade àquilo que o tínhamos visto fazer na Liga.
Jogar num jogo como este contra um meio-campo difícil em que todos são determinantemente ofensivos, montou-se o nosso sem um único criativo nem com determinação de jogar para a frente.
Mas isto tem de ter explicações.
E não podemos, deixar sem justificação, tudo o que se passou.
Nani foi para a África do Sul, e 24h depois diz-se que tem uma lesão impeditiva.
Porque não apareceu o Departamento Médico a pronunciar-se sobre o assunto? Será que o seleccionador também tem o curso de Medicina?
Como se pode aceitar que à chegada de Nani, arraste uma mala, abra o porta-bagagens e conduza o carro, quando a sua lesão era numa clavícula?
Depois das primeiras declarações de Deco, o que sucedeu em termos de disciplina? Castigou-se o jogador, não o pondo a jogar mais?
Depois do jogo com a Espanha, qual a explicação para a atitude do capitão C. Ronaldo?
Quais as sanções ou explicações para tamanha atitude?
O que dizer das declarações de Deco, no fim desse mesmo jogo, onde se pode deduzir que o ambiente entre jogadores e equipa técnica não é o melhor?
E este seleccionador, ficou todo espigado, quando do jogo com a China em Coimbra, a equipa foi assobiada, pela fraquíssima prestação mostrada em campo, antevendo toda a gente, que assistiu a esse jogo, o que se viria a passar no futuro.
E aí está o desenlace da prestação de uma selecção no qual todo o Pais , tinha algumas esperanças.
Não vamos pela convocatória, pois aí seriam 11 milhões.
Mas os que foram, tinham qualidades para outro desempenho.
A culpa foi de quem os dirigiu, pois não foi capaz de controlar um balneário.
E quando assim é, impossível se torna tirar o máximo das potencialidades dos jogadores.
Já não falo no presidente da FPF, pois é um pobre coitado, que não sabe dizer nada e vive de esperanças, não tendo capacidade para pôr nos eixos toda uma comitiva.
E ainda teve a insensatez de assinar um contrato até 2012 com o seleccionador, que mostrou isto neste Mundial.
A fase de qualificação para o Europeu está à porta e vamos outra vez fazer contas até ao fim e tentar (por milagre) qualificarmo-nos.
Quando se dá a revolução no Futebol Português?
Quando se começa a fazer um trabalho de base a fim de que possamos, dentro de uns anos termos uma equipa a lutar, seriamente, por um título?
Haja respeito por todos nós e competência para não haver tanta asneira junta!

1 comentário:

  1. Relativamente à prestação da Selecção Nacional, considero-a meritória. Isto porque o seleccionador, a quem eu reconheço competência e valor, foi privado de vários atletas que estiveram em grande nos seus campeonatos e que se vieram a lesionar, não podendo dar o seu contributo. Além do Nani, Deco e Bosingwa, tivemos, por exemplo, o Varela e o Rúben Micael. Estes cinco jogadores (que fazem meia equipa) em forma, viriam, certamente, trazer para a equipa uma qualidade de jogo bem melhor do que a que se viu. Além disso, a equipa portuguesa nunca poderá aspirar a grandes voos relativamente a este tipo de competições. O jogador português, enquanto elemento da Selecção, lida muito mal com a exigência, o rigor e a responsabilidade. É por estas e por outras que muitas vezes, existem determinados jogadores que nunca podem fazer parte desta Equipa Nacional. Além disso, não nos podemos esquecer que uma das muitas questões que se podem e devem colocar, é que os pressupostos para pertencer a esta "família", não assentam só no saber jogar bem à bola. Assentam, também, na formação e equilíbrio mental de cada pessoa.
    Parabéns a todos e que o próximo Europeu, nos traga mais e melhores alegrias. Força Portugal!

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