O antigo internacional de futebol, Fernando Mendes, resolveu escrever um livro. Segundo as suas palavras, quis dizer a todos nós, aquilo de que também todos os amantes de futebol e não só, já suspeitavam há muito. Entre outras coisas, a eterna questão do doping. Este testemunho que nos descreve a forma como o doping era "trabalhado" e posteriormente administrado, deixou-me muito apreensivo e ao mesmo tempo revoltado, pelo facto de todos estes "actos criminosos" terem sido cometidos, sem que houvesse um único culpado. Da mesma forma, foi muitíssimo preocupante a postura que, à data, os chamados profissionais (entre os quais, este) tiveram, face a toda esta perversão desportiva. São estes relatos gravíssimos que nos deixam cada vez mais sem vontade de ir ver um jogo de futebol e bater palmas a tão distintos atletas. Este senhor, que no seu tempo de jogador, não era nenhum "menino do coro", neste seu escrito, não apresenta um único nome, quer ele seja atleta, médico, enfermeiro, dirigente, funcionário ou outro qualquer. Porquê? Só ele é que sabe!Em todo o caso, saberá este senhor que com este tipo de atitude, acabou por colocar em causa a honorabilidade de ex-companheiros e funcionários dos clubes por onde passou, levando o cidadão anónimo a poder levantar suspeitas sobre todos os envolvidos? Provavelmente não! O importante, mesmo, foi escrever um livro!
Todos nós somos livres de escrever os livros que quisermos ou de manifestar as mais diversas opiniões mas, nunca podemos olhar para o lado ou assobiar para o ar, quando o nosso dever nos indica o momento certo para apontar o dedo aos infractores, denunciando as irregularidades.
O desvendar destas situações passados estes anos, sabendo que desta forma ninguém irá "incomodar" ninguém, visto que os actos cometidos já não podem ser punidos, aos olhos de muito boa gente significa...falta de coragem. Impunha-se que tivesse tido o mesmo empenho nesta situação gravíssima, como o teve muitas vezes, quando no campo enfrentava o seu adversário.
Os amantes de futebol e o cidadão em geral, precisa de outros livros e não deste e, o futebol, só precisa que o tratem com a dignidade e elevação a que tem direito e o desporto em geral merece.
[Dr. Kanelada]
Aqui ficam alguns excertos do livro "Jogo Sujo"
«Em determinado período da minha carreira cheguei a um clube que tinha uma grande equipa, um belíssimo treinador e um presidente carismático. Para além destas qualidades, existiram outros ingredientes que facilitaram o nosso percurso vitorioso. Devo dizer que antes de ir para este clube nunca tinha tido qualquer experiência com doping (pelo menos conscientemente)»
«No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através de injecção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (...) A injecção tinha efeito imediato, enquanto os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo»
«Em alguns clubes onde joguei tomei Pervitin, Centramina, Ozotine, cafeína, entre muitas outras coisas das quais nunca soube o nome»
«Em certos treinos víamos um ou dois juniores que apareciam para treinar connosco. Esses juniores não estavam ali porque eram muito bons ou porque tinham de ganhar experiência. Estavam ali para servirem de cobaias a novas dosagens. Um elemento do corpo clínico dava cápsulas ou injecções com composições ilegais a miúdos dos juniores (...) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controlo interno»
«Se um jogo fosse ao domingo, o nosso médico sabia na sexta ou no sábado quais as partidas que iriam estar sob a tutela do controlo anti doping. Mal tinha acesso à informação, avisava todo o plantel e o dia de jogo acabava por ser directamente influenciado por essa dica»
«Em determinada temporada (...) sou convocado para um encontro particular da Selecção Nacional. (...) Faço uma primeira parte fantástica, mas ao intervalo começo a sentir-me cansado e tenho medo de não aguentar o ritmo (...) O jogo realiza-se num estádio português (...) Estão lá um médico e um massagista de um clube onde jogo (...) No intervalo, peço a esse médico para me dar uma das suas injecções de doping. Saio do balneário da Selecção, sem que ninguém se aperceba, e entro numa salinha ao lado. É aí que me dão a injecção pedida por mim. Volto a frisar que ninguém da Selecção se apercebeu»
Todos nós somos livres de escrever os livros que quisermos ou de manifestar as mais diversas opiniões mas, nunca podemos olhar para o lado ou assobiar para o ar, quando o nosso dever nos indica o momento certo para apontar o dedo aos infractores, denunciando as irregularidades.
O desvendar destas situações passados estes anos, sabendo que desta forma ninguém irá "incomodar" ninguém, visto que os actos cometidos já não podem ser punidos, aos olhos de muito boa gente significa...falta de coragem. Impunha-se que tivesse tido o mesmo empenho nesta situação gravíssima, como o teve muitas vezes, quando no campo enfrentava o seu adversário.
Os amantes de futebol e o cidadão em geral, precisa de outros livros e não deste e, o futebol, só precisa que o tratem com a dignidade e elevação a que tem direito e o desporto em geral merece.
[Dr. Kanelada]
Aqui ficam alguns excertos do livro "Jogo Sujo"
«Em determinado período da minha carreira cheguei a um clube que tinha uma grande equipa, um belíssimo treinador e um presidente carismático. Para além destas qualidades, existiram outros ingredientes que facilitaram o nosso percurso vitorioso. Devo dizer que antes de ir para este clube nunca tinha tido qualquer experiência com doping (pelo menos conscientemente)»
«No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através de injecção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (...) A injecção tinha efeito imediato, enquanto os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo»
«Em alguns clubes onde joguei tomei Pervitin, Centramina, Ozotine, cafeína, entre muitas outras coisas das quais nunca soube o nome»
«Em certos treinos víamos um ou dois juniores que apareciam para treinar connosco. Esses juniores não estavam ali porque eram muito bons ou porque tinham de ganhar experiência. Estavam ali para servirem de cobaias a novas dosagens. Um elemento do corpo clínico dava cápsulas ou injecções com composições ilegais a miúdos dos juniores (...) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controlo interno»«Se um jogo fosse ao domingo, o nosso médico sabia na sexta ou no sábado quais as partidas que iriam estar sob a tutela do controlo anti doping. Mal tinha acesso à informação, avisava todo o plantel e o dia de jogo acabava por ser directamente influenciado por essa dica»
«Em determinada temporada (...) sou convocado para um encontro particular da Selecção Nacional. (...) Faço uma primeira parte fantástica, mas ao intervalo começo a sentir-me cansado e tenho medo de não aguentar o ritmo (...) O jogo realiza-se num estádio português (...) Estão lá um médico e um massagista de um clube onde jogo (...) No intervalo, peço a esse médico para me dar uma das suas injecções de doping. Saio do balneário da Selecção, sem que ninguém se aperceba, e entro numa salinha ao lado. É aí que me dão a injecção pedida por mim. Volto a frisar que ninguém da Selecção se apercebeu»
Caros Krommus:
ResponderEliminarAqui está um homem!
Sem dúvida!
Após anos a jogar futebol em clubes de topo, surge agora, após não sei quantos anos, a desmascarar o que toda a gente sabe pelas afirmações, mais ou menos veladas, que pessoas ligadas ao futebol têm dito e pelos casos de dopping que quase todos os anos aparecem.
Realmente é fantástico como este personagem tem o desplante de o fazer agora e não ter desmacarado o assunto, na devida altura.
Esquece-se que o dinheiro que ganhou é SUJO!
Agora façoa uma pergunta, que gostaria de ter resposta: perante tamanhas afirmações, não haverá direito a investigação e este "garoto" não devia ser inquirido até pôr cá fora tudo o que sabe, e de uma vez por todas desvendar-se a podridão em que grassa o futebol português?
Com filhos pequenos que gostam de jogar futebol e que tenham alguma habilidade, quais são os Pais que os deixam praticar desporto, ao saber destas coisas?
Concerteza que pessoas de bom senso, NÃO!
Um abraço Krommático
Vladimiro