Faz hoje 34 anos, por esta hora, uma boa parte dos portugueses sentia-se triste – a festa da liberdade acabara – falava-se no advento de uma «democracia musculada», fosse lá isso o que fosse. Um tal tenente-coronel Ramalho Eanes, que fora do meio militar ninguém conhecia, aparecia nos noticiários como o senhor desta guerra – óculos escuros, patilhas compridas, frases curtas e com uma pronúncia estranha, não auguravam nada de bom. A comparação com Pinochet era inevitável. Temia~se que se reproduzisse aqui o que dois anos antes ocorrera no Chile. Na foto da época, vemos a seu lado, outros dois protagonistas do movimento: ao centro, Jaime Neves, conotado com a direita militar, no outro extremo Vasco Lourenço, signatário do documento dos «Nove» e que se dizia estar ligado ao Partido Socialista. Neves e Lourenço eram conhecidos. E quem seria o «gajo» de óculos escuros? Soube-se depois que também estava ligado ao chamado «Grupo dos Nove» e que fora encarregado de encabeçar o movimento militar de 25 de Novembro.
Havia outros portugueses que respiravam de alívio – àquilo a que chamávamos «festa», chamavam «choldra», «bagunçada», «anarqueirada»... Passados 34 anos, já é possível falar dessa data (quase) sem rancores, nem falsos clichés. E, a propósito, o meu sentido de justiça obriga-me a saudar a transformação que se produziu em Ramalho Eanes – o bisonho tenente-coronel converteu-se num homem culto, ponderado e apresentável. Hoje em dia, seria uma opção para a Presidência. Coisa que não era há 34 anos. Mas não nos antecipemos. A nossa máquina do tempo vai viajar até ao dia 25 de Abril de 1975.
Aventar
Havia outros portugueses que respiravam de alívio – àquilo a que chamávamos «festa», chamavam «choldra», «bagunçada», «anarqueirada»... Passados 34 anos, já é possível falar dessa data (quase) sem rancores, nem falsos clichés. E, a propósito, o meu sentido de justiça obriga-me a saudar a transformação que se produziu em Ramalho Eanes – o bisonho tenente-coronel converteu-se num homem culto, ponderado e apresentável. Hoje em dia, seria uma opção para a Presidência. Coisa que não era há 34 anos. Mas não nos antecipemos. A nossa máquina do tempo vai viajar até ao dia 25 de Abril de 1975.
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Caros Krommus:
ResponderEliminarEstava em Lisboa e a guerra civil esteve por um triz.
Este militar teve um papel importante nesta conjuntura, sem ser até à data, conhecido. O seu ar militarão fez passar pelas nossas cabeças, um segundo Chile.
Mas como tanto a esquerda como a direita moderadas estavam metidas nisto a "coisa" até correu bem.
Eu não simpatizo muito com esta personagem, por dois motivos: primeiro por ser militar, e junto com outros tomarem as rédeas do poder e estar bem presente os resquícios duma guerra acabada pouco tempo antes e que foi, em certa medida, prejudicial a certas alas militares. Segundo era um Homem que não tinha discurso político e ficava com uma força que se calhar não pensaria ter. E os ditadores nascem assim.
Felizmente que o seu discurso não aglutinava massas, como mais tarde se veio a comprovar e quando foi eleito, democraticamnete, presidente, o seu poder esvaiu-se e a democracia foi finalmente instalada.
Tenho de lhe render as minhas homenagens por ter marcado uma época e não se aproveitando das circunstâncias que nesta altura eram muito, mas mesmo muito a seu favor.
E já lá vão 34 anos!
Como o tempo passa!
Um abraço Krommático
Vladimiro
Não comento os factos da dita época mas constacto que nenhum dos personagens ligados a esse período histórico jamais apareceu envolvido em CORRUPÇÃO ou qualquer VIGARICE ECONÓMICA ao contrário de outros personagens criados por esta DEMOCRACIA em que se tende a proteger e quase considerar Heróis alguns vigaristas , corruptos, e sem qualquer carácter que armados não com armas mas com Hipócresia se movem aos nossos olhos como faca passa por manteiga.
ResponderEliminarUm abraço