terça-feira, 15 de setembro de 2009

OS BURROS

Não fomos suficientemente inteligentes para tirar partido da superioridade numérica que tivemos. Fomos algo infantis na forma como sofremos os golos.”
Foi desta forma que Rogério Gonçalves justificou o injustificável, ou seja, a derrota frente ao Olhanense. Ao fim de quatro jornadas, continuamos sem perceber o rumo desportivo que querem dar a esta equipa e a esta Instituição. Uma equipa que se diz profissional (começo a ter algumas dúvidas) e que está a disputar o principal campeonato de futebol, não pode apresentar níveis futebolísticos iguais aos que tem vindo a apresentar, excluindo o primeiro jogo em Braga. Se, como diz o treinador, os jogadores foram algo “burros” e infantis, na forma como abordaram o jogo e como sofreram os golos, será caso para perguntar como é que classificamos aquele que todos os dias é pago para, com os seus superiores conhecimentos (?), ensinar os seus discípulos (jogadores) a terem um desempenho melhor? De facto, a Académica tem a sina de estar sempre ligada a factos marcantes, ao longo da sua história. Segundo reza a imprensa, desta vez, há trinta e quatro anos que o Olhanense não ganhava um jogo em Olhão a contar para o principal escalão do futebol português, foi preciso receber a Académica para que tal se verificasse. Se bem se lembram, na passada jornada, foi o luso-brasileiro Liedson, a marcar o seu primeiro golo. Enfim!
Tudo isto vem, mais uma vez, a propósito da decepcionante prestação da equipa, que não consegue criar e desenvolver soluções para vencer. Este jogo, em que a Académica tinha a obrigação de realizar um bom desempenho e conquistar pontos a mais um adversário directo na luta pela permanência, não foi conseguido, acabando por dar de bandeja, os três pontos ao adversário. Para quem anda no futebol há tanto tempo como é o caso do treinador Rogério Gonçalves, e que se diz orgulhoso do seu curriculum, parece-me que pelo facto de estar a jogar contra menos um elemento a partir dos dez minutos de jogo e mais tarde contra nove jogadores desde o minuto sessenta e dois, a inteligência e a estratégia (se é que a houve) desenvolvidas não foram as que se impunham, ou seja, não foram as mais adequadas, atendendo ao objectivo pretendido, que passava por vencer o desafio. Não se percebe como é que esta equipa não conseguiu tirar partido dessa clara superioridade numérica e, ao mesmo tempo, apresentar uma defesa incompreensivelmente permeável.
Não vou realçar aqui aspectos directamente ligados ao encontro, nomeadamente no que diz respeito às oportunidades reais de golo, uma vez que elas apareceram para as duas equipas. Quero com isto dizer que pelo facto de se ter criado uma ou duas boas ocasiões de golo, não nos devemos refugiar nesse referido facto e usá-lo como desculpa para a prestação que se teve ao longo deste e de outros encontros.
Na última crónica enaltecia-se a paragem do campeonato, atendendo ao facto de que esta equipa da Académica, precisava de tempo para se reencontrar e afinar os mecanismos para levar de vencida este Olhanense mas, afinal de contas, esta “máquina” continua a dar problemas e não se consegue vislumbrar quando é que todo este processo começa a ser invertido. Mais uma vez podemos verificar que este “puzzle” chamado Académica, continua com peças que não se conseguem encaixar. Ninguém consegue perceber e/ou encontrar os motivos para que tal aconteça mas, a verdade é que algo vai muito mal no seio desta equipa. Todos temos que admitir que as opções de quem deve ou não jogar, são da inteira responsabilidade do treinador mas, também admitimos que nem todos podemos estar de acordo com essas opções. Para ilustrar essa situação e a título de exemplo, socorremo-nos do Sougou que todos nós vimos a desempenhar um papel importantíssimo na época passada. Esperava-se que, nesta nova época, tudo fosse igual ou até melhor, mas não, aquilo que vemos é o Sougou de fora do onze inicial e a entrar a quinze ou vinte minutos do final da partida e muito desmotivado. Uma justificação que se dá para este facto (que eu já li) é a de que o atleta está a atravessar o período do Ramadão e que por isso se sente mais fragilizado. Ora, é caso para perguntar se na época passada não houve Ramadão. Pois é, com uma equipa técnica a argumentar desta forma, não podemos ir muito longe. Mas, para que não sejamos “comidos” por lorpas, o Sougou, na época passada jogou sempre a titular, excepto na terceira jornada, em que entrou aos quarenta e cinco minutos para render o Garcês portanto, será melhor arranjar outro argumento porque este não cola.
Este exercício de memória leva-nos também a recordar (mais uma vez) que a Académica continua com um solitário pontinho e que na época transacta, já tinha amealhado seis importantes pontos, fruto de duas vitórias.
Não termino sem referir uma vez mais que, o tipo de discurso negativista que o treinador opta por colocar na praça pública, não augura nada de bom. Além disso, se um homem que se diz experiente não consegue, ao cabo deste tempo, fazer passar a sua mensagem e os seus ensinamentos aos jogadores que tem às suas ordens, só lhe resta uma opção, que é a saída do comando da equipa técnica.
Com apenas o referido pontinho conquistado após quatro jornadas disputadas, resta-nos albergar a esperança e a fé até ao próximo encontro com o Belenenses para, de uma vez por todas, podermos tomar o gosto da primeira vitória da época 2009/10.

15.09.09
[Dr. Kanelada]

1 comentário:

  1. Caros Krommus:
    Quando um treinador diz, como análise ao jogo da sua equipa, que "não fomos inteligentes" deve, acima de tudo estar-se a referir a ele próprio, porque tenho que lhe lembrar que esta mesma equipa ficou em 7º. lugar na época passada.
    Portanto daí se concluiu que o pouco inteligente é ele.
    Quanto ao curriculo, devo informar que não ganha jogos e o deste, que também tinha riscado, não serve para a nossa Briosa!
    Domingo será um tira-teimas e, penso que a última oportunidade que se deve dar a este senhor.
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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