segunda-feira, 26 de março de 2012

MENINOS NA PRIMEIRA, IMPERIAIS NA SEGUNDA



Quando, aos 86 minutos, Quim voou para a direita e afastou com uma sapatada a bola do golo certo, as dúvidas voaram para longe. Não há prazer autêntico sem a angústia do sofrimento. E que fique bem claro: o Sp. Braga sofreu e muito para derrotar a Académica.
Basta lembrar essa tal defesa de Quim e a bola que, segundos antes, bateu com estrondo no poste direito da baliza arsenalista. Talvez tenha sido uma passagem desnecessária pelo purgatório, mas ninguém poderá negar que o alívio com o apito final justificou uma exultação ainda superior depois disto.
A qualidade de jogo e os dois golos até ao intervalo teriam sido suficientes para antecipar a glória. Não foram. Não foram porque David Simão saltou do banco para, aos 62 minutos, arrancar um pontapé do outro mundo e inquietar os 16 mil espectadores presentes na pedreira.
Daí até ao fim, o Sp. Braga congelou, tremeu, sofreu. Aguentou dois, três sustos para respirar mais livremente do que nunca. Não é disto também que se fazem os campeões?

Pedro Emanuel

«Analiso sempre o jogo como um todo, a primeira parte é da minha responsabilidade, a segunda é dos jogadores, que demonstraram a alma que têm, fazendo a segunda parte que fizeram frente a um candidato ao título. Penso que o empate seria um resultado justo, apesar de uma primeira parte dominada pelo Sp. Braga. Não conquistámos os pontos que merecíamos, mas gostaria de dizer uma coisa. Somos um país pequeno e os pequenos continuam sempre a ser pequenos.»

Pedro Emanuel não quis concluir e abandonou de seguida a zona de entrevistas rápidas.

José Eduardo Simões, presidente da Académica, dirigiu-se à sala de imprensa do Estádio Axa com a camisola rasgada de Reiner Ferreira na mão. O presidente dos estudantes deu conta da sua insatisfação em relação à arbitragem de André Gralha e à forma como a transmissão televisiva tratou alguns lances de dúvida:
«Gostaria de apelar ao sentido profissional dos operadores de câmara. Não tiveram capacidade de mostrar o que se passou em determinados lances. O segundo golo do Sp. Braga nasce em fora-de-jogo e a camisola do nosso atleta Reiner Ferreira foi completamente rasgada num lance em que era penalty claro
«A Académica tem 23 pontos sem nenhum favorecimento na Liga, ao contrário de outros.»

O Momento: Quim, voo de campeão
A Académica ameaçava o empate. Um remate perigoso, uma bola no ferro e uma defesa enorme de Quim. A quatro minutos do fim, perante o medo compreensível das bancadas, o guarda-redes respondeu com uma intervenção enorme a um remate de Reiner. A liderança ficou selada ali.

A desilusão: Primeira parte da Académica
Faltou estender a passadeira vermelha e convidar o Sp. Braga a marcar mais cedo. A equipa de Pedro Emanuel foi tímida, insegura, insuficiente até ao intervalo. A segunda parte demonstrou que podia ter tentado outra estratégia nos primeiros 45 minutos.

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