domingo, 4 de outubro de 2009

A ESCOLHA DE SIMÕES

O futuro a Deus pertence”. Foram estas as palavras proferidas pelo ex-treinador da Académica, após a humilhante derrota frente ao Marítimo na passada sexta-feira. Como facilmente se podia prever, o destino deste senhor estava traçado. Não por Deus ou algo paranormal mas antes pelos resultados que teimosamente nunca apareceram. Não basta acreditar e ter fé, é preciso muito mais do que isso. Além de ter que saber gerir os seus recursos humanos, é preciso, também, saber de futebol, interpretá-lo e adaptá-lo aos atletas que se possui, para poder tirar o máximo rendimento de cada elemento envolvido no processo, que é o jogo. A este propósito, os discursos ao longo destas sete jornadas, que mais pareciam confissões de impotência, vieram a dar razão à crescente contestação e mostrar que esse futuro a que se referia, hoje já é passado. Os desígnios de qualquer treinador de futebol, nunca estarão nas “mãos de Deus”, mas antes no poder de decisão de um qualquer presidente que pensa ser ao mesmo tempo, omnipotente e omnisciente.
A escolha do “todo-poderoso” José E. Simões foi a excepção que se impôs a todo o custo, contra tudo e contra todos, a uma regra que apontava claramente em sentido contrário. Depois do “milagre das rosas”, jamais seria expectável assistir a outro momento grandioso de um qualquer poder divino que pudesse alterar o destino sobejamente conhecido.
Para o senhor Rogério Gonçalves, o preço que pagou pela vontade desmesurada, até vaidosa e há muito denunciada de poder vir a treinar a sempre prestigiante equipa de futebol profissional da A. Académica de Coimbra, foi altíssimo. No seu curriculum, mais uma vez, irá figurar o trajecto desastroso que percorreu durante esta curta “estadia” de 115 dias e, ao mesmo tempo, prolongar o já longo (perto de três anos) período de jejum de vitórias. A Académica acabou por ser uma “prenda” com algum amargo de boca, para quem tinha acabado de completar 50 anos de idade no passado dia 01 de Outubro.
Ainda hoje não se percebe, claramente, quais as razões que levaram José E. Simões a optar por um treinador de classe média baixa e com um curriculum pouco cativante, atendendo aos anos que já leva de futebol. Perante tamanha evidência, que só ele não quis ver, o resultado final só podia ser desprestigiante para ambas as partes. Para Rogério Gonçalves foi a rescisão “amigável”, assente nos coros de assobios, nos lenços brancos e na ausência de vitórias e para José E. Simões, além dos apupos e dos assobios, foi estar sujeito a fortíssimas críticas pelas razões atrás apontadas, ao ponto de ter de abandonar o ECC sob escolta policial. No entanto, a realidade diz-nos que quem efectivamente perdeu foi a Instituição A. Académica de Coimbra que ao fim de sete jornadas, leva três pontos somados e é a única equipa da Liga que ainda não venceu qualquer jogo.
A Académica acaba de virar uma página de um livro que lhe foi imposto e que muitos não queriam ler mas, daqui para a frente, o trabalho vai ser muito mais difícil e exigente. O próximo treinador terá que saber gerir muito bem toda a ansiedade provocada pela ausência de resultados. Entretanto, na opinião dos sócios e adeptos da Briosa, a margem de erro é nula, o que forçará a equipa a ter de vencer o mais rápido possível. Resumidamente, poder-se-á apelar, em primeiríssima instância, à rápida recuperação dos homens por que os resultados depressa aparecerão.

Parafraseando o senhor Rogério Gonçalves e terminado o pesadelo e a humilhação da derrota frente ao Marítimo por 2-4, espero que não venha a precisar de “balões de oxigénio” e que possa continuar a respirar bem lá para os lados de Lanheses porque, “O futuro a Deus pertence”.

[Dr. Kanelada]
04.10.09

1 comentário:

  1. Caros Krommus:
    Deu-se o inevitável!
    Realmente isto estava previsto, mas este senhor que agora se vai embora, é o menos culpado.
    Não tem que ser forçosamente treinador de futebol.
    Mas quem dirige deve primeiro rodear-se de pessoas que percebam das várias áreas do fenómeno "futebol" e não imiscuir-se no que não sabe.
    As últimas direcções da nossa Briosa vieram com promessas que seriam, à partida, difíceis de conseguir perante o panorama geral e não se prepararam, a médio prazo para atingirem os objectivos a que se tinham proposto.
    Resultado: má carreira de uma equipa que em Maio terminou o campeonato num honroso 7º. lugar e neste momento, a mesma equipa está em posição de descida, a praticar um futebol que não cativa ninguém, balneário desfeito e sócios cada vez mais insatifeitos, quando no príncipio se dizia que a fasquia seria o lugar da época transacta. Francamente, só quem não sabe o mínimo de futebol poderá tentar enganar-nos, a nós sócios e simpatizantes, com promessas deste teor.
    Para se conseguir isso teriam que ir buscar um treinador, equivalente a Domingos, ou pelo menos com as mesmas ambições dele. Não! Foi-se buscar uma pessoas sem carisma, um derrotado por natureza, e estragou um trabalho feito em dois anos.
    Que Direccção é esta? Qual o futuro que está a dar à nossa Briosa?
    Para quando uma Comissão Administrativa para tratar dos assuntos desta GRANDE Instituição?
    Passivo a subir assustadoramnete, cada vez menos sócios, menos gente a assistir aos nossos jogos e uma equipa que não consegue uma vitória!
    Desolação é o que neste momento sentimos!
    Quem dirige que se retrate e se não sabe que se vá embora!
    A Académica perdeu Presidentes que deixaram obra digna de se ver, fizeram história e nunca estiveram nas bocas do mundo pelo pior.
    Haja vergonha e respeito!
    Só são conhecidos porque, de pára-quedas, apareceram, pela mão de pessoas que serviram a AAC e não se serviram dela.
    Estamos fartos destas embrulhadas todas!
    Queremos bom senso e seriedade para continuarmos a ser a Briosa que desejamos!
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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