

VIVER SEM AMIGOS É MORRER SEM TESTEMUNHAS
Na passagem dos 40 anos da revolta estudantil, é bom que os mais novos conheçam a verdadeira história das lutas académicas de então e percebam as dificuldades que existiam e contra as quais todos lutaram.
Hoje, lamenta-se a falta de vontade em lutar, quer por melhores condições no Ensino Superior, quer por falta de ideais e objectivos de vida académica. As (constantes) fracas adesões nos actos eleitorais, são disso um magnífico exemplo.
Coimbra, foi e será sempre uma "bandeira" da luta académica portanto, nunca se esqueçam de que sem um Ensino Superior capaz, credível e virado verdadeiramente para os alunos, a democracia ficará sempre mais pobre e cada vez mais debilitada.
COIMBRA É UMA LIÇÃO DE SONHO E TRADIÇÃO
A réplica que todos os benfiquistas temiam, aconteceu. O Estádio da Luz, passado exactamente um ano, voltou a sentir o “perfume” de quem trabalha e de quem demonstrou espírito de sacrifício, muita concentração e bastante solidariedade dentro das quatro linhas. Aliado a estes argumentos pudemos contar, ainda, com um Peskovic inspirado e com o factor sorte a pender um pouco para o nosso lado.
Para aqueles que gostam da Académica, como eu, esta vitória teve um sabor muito especial, face ao que se passou durante toda a semana. Na verdade, esta vitória, veio calar todos os gritos de vingança que fizeram eco por tudo o que foi órgão de comunicação social. Antes do jogo, que foi encarado como uma “verdadeira final”, até as declarações - deturpadas - do Nuno Piloto serviram de inspiração vingativa. De facto, quando um clube como o Benfica precisa de usar destes estratagemas para alcançar os seus objectivos, algo de muito grave se passará dentro da sua estrutura. Onde já se viu, colar nas portas dos balneários, declarações - deturpadas - de um elemento da equipa adversária, como fonte de inspiração? Não sei! Provavelmente, só mesmo no Estádio da Luz.
Relativamente ao jogo e, sem querer fazer uma exaustiva apreciação, direi que houve três factores que influenciaram positivamente, o desfecho deste encontro.
1- A táctica apresentada pela equipa da Académica, demonstrou que o trabalho de casa tinha sido bem feito. O Domingos Paciência provou, mais uma vez, que tem uma leitura de jogo, fantástica.
2- Os jogadores colocaram em campo, tudo o que lhes tinha sido pedido aquando da preparação do encontro. Além de terem sido excepcionais no campo táctico, demonstraram vontade em vencer.
3- O factor sorte e um ou outro erro do árbitro existiram mas, não foram factores determinantes. Um dos factores determinantes foi o desacerto da equipa do Benfica e, quanto a isso, só eles podem resolver.
Penso que, escalpelizando estes três pontos, ficamos a perceber um pouco da história deste encontro. No entanto, se quiserem ficar com a apreciação ao jogo, mais detalhada e deturpada, basta ler os “Pasquins de Lisboa”.
Se não vejamos: o “Record” diz que o melhor em campo foi Peskovic, a “A Bola” diz que foi o Tiero; o “Record” diz que não foi penalti sobre David Luís, a “A Bola” diz que sim; o “Record” diz que não houve razão para a expulsão de Hélder Cabral, a “A Bola” nem fala do lance…basta!
Quanto à notícia de que o Benfica vai apresentar queixa do árbitro junto da Liga, deixo aqui muito fugazmente algumas lembranças para os benfiquistas reflectirem e relembrarem os jogos: Benfica – Braga; Nacional – Benfica; Sporting – Benfica; E. Amadora – Benfica. É mesmo só para avivar a memória de alguns. Já agora, sugiro algo que já me foi sugerido a mim, leiam a crónica do Ricardo Araújo Pereira e ficarão a perceber, assim um bocadinho, o porquê de mais uma derrota.
O sonho concretizou-se e, a tradição manteve-se. Os Doutores chumbaram os cábulas da capital.
Briosa e Abril…sempre!
[Dr. Kanelada]
12.04.2009