sexta-feira, 20 de maio de 2011

APRESENTAÇÃO OFICIAL DE MALÓ DE ABREU


ELEIÇÕES NA BRIOSA


“Actual modelo de gestão está esgotado, chegou ao fim”

Maló de Abreu e Ricardo Roque defendem auditoria externa independente às contas da Briosa

O primeiro a falar foi Ricardo Roque, mandatário da candidatura e presidente da direcção-geral da Associação Académica em 1984, Nessa altura, Jorge Anjinho liderava o Clube Académico de Coimbra e ambos, em conjugação de esforços, conseguiram o regresso da Briosa à “casa-mãe”, em Julho desse ano, com a denominação de Académica/Organismo Autónomo de Futebol.
Ontem, Roque lembrou Anjinho («Grande presidente, grande colega de luta», disse) e o Professor Campos Neves, «duas figuras muito importantes para que o futebol voltasse à Associação Académica».
Disse estar ao lado de Maló de Abreu por «imperativo ético», para que «a nossa Briosa volte a ser o que muitas gerações de estudantes se habituaram a ver».
«À distância, olho para a Académica e sinto que algo não está bem. Não foi esta a Académica que muitos sonharam. Há que aproximar a Académica da sua história, dos seus valores, fazer com que seja notícia pelas melhores razões e não pelas piores», acrescentou Roque, que classificou Maló de Abreu como «alguém que há muito persegue um sonho, um lutador, um homem de convicções».
Sócio n.o 1.914, Ricardo Roque disse não compreender como há apenas 3.000 associados nos cadernos eleitorais. «Há que alterar radicalmente a situação», comentou, defendendo uma ligação forte, efectiva, à Associação Académica e aos estudantes universitários. «Não aceito cordões sanitários à volta da Académica, em que alguns é que são os “puros”. Devem ser bem-vindos todos os que se sentem da Académica», disse.
O mandatário defendeu ainda a realização de «uma auditoria externa, independente, às contas da Académica» e preconizou um «comportamento exemplar» durante a campanha eleitoral. «Da minha parte não vão ouvir uma palavra que seja sobre as outras candidaturas», concluiu.
«Fazemos jantares por não
ter descido de divisão»
O segundo, e último, orador da sessão foi Maló de Abreu, que começou por afirmar que não é candidato por razões de protagonismo. «Sou um homem do mundo, viajo quando quero, tenho uma vida estabilizada. Estou aqui para concretizar um sonho: ter o futebol da Académica como Académica de facto».
Recordando o regresso do Clube Académico de Coimbra ao seio da Associação Académica, Maló de Abreu questionou: «A situação está normalizada? Nós somos Académica? Esta Académica é a Académica que sonhámos, que idealizámos, que nós queremos?». E, aludindo indirectamente à direcção em funções, disse que «mesmo que se mudem pessoas, é preciso dizer que este projecto está esgotado, chegou ao fim», afirmação que lhe valeu fortes aplausos.
A seguir, o médico referiu que irá fazer «uma campanha pela positiva, asseada, “à Académica”, não fazendo ataques pessoais ou outros, explicando ao que vimos e qual é o nosso projecto».
«Tenho memória. Se a Académica perde as suas raízes, morre enquanto instituição», afirmou Maló de Abreu, defendendo a abertura de mais “casas da Académica”, núcleos e filiais.
«Como é possível chegarmos a um momento em que a instituição está reduzida a três mil e poucos sócios? O que tem havido para haver um divórcio cada vez maior? Onde estão os jovens, os estudantes universitários, os ex-
-jogadores?», perguntou Maló de Abreu, que revelou depois não indicar qualquer “provedor dos sócios” na sua lista, porque «esse lugar será do presidente do núcleo de veteranos, qualquer que ele seja», que estiver em funções. E acrescentou: «Festejamos, fazemos jantares porque não descemos de divisão...»
Mais à frente, Maló de Abreu – que falou de improviso, com recurso a algumas notas manuscritas em pequenos cartões – disse que, com a actual situação, «todos estamos a morrer devagar», defendendo uma Académica «com mais ambição».
«Há seis anos que nos andam a dizer que para o ano é que é. Eu defendo que, a curto-prazo, a Académica ande “lá em cima”, a lutar por um lugar na Liga Europa», acrescentou.
A terminar, o candidato disse querer «uma Académica transparente», alertando para o facto do clube ter um orçamento anual da ordem dos 4 milhões de euros e um passivo que «andará pelos 12 milhões de euros e que terá de ser reduzido, nos próximos três anos, em pelo menos 25%». Daí que tenha concordado com a sugestão de Ricardo Roque de mandar realizar uma auditoria externa às contas, «para bem dos que lá estão e dos que lá não estão».
«Os votos são todos iguais. Tanto vale o voto de um lojista da Baixa como o de um professor universitário. Vamos à luta!», concluiu.
Mário Martins
in Diário de Coimbra

1 comentário:

  1. Caros Krommus:
    Este modelo actual não está esgotado, está E-S-G-O-T-A-D-Í-S-S-I-M-O!
    Um abraço Krommático
    Vladimiro

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